segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Constituição do Solo


             O solo é constituído essencialmente por matéria mineral, matéria orgânica, água e ar. É portanto, considerado como um sistema trifásico pois divide-se em três frações: fração sólida (matéria mineral associada a matéria orgânica), fração líquida (água) e fração gasosa (ar). As proporções de matéria orgânica e matéria mineral podem variar consoante a natureza dos solos. No entanto, quer estes tenham muita ou pouca matéria mineral ou matéria orgânica os solos contêm proporções variáveis de água com substâncias dissolvidas ( solução do solo) e ar(atmosfera do solo).
             A matéria mineral do solo pode incluir, em proporções variáveis, fragmentos de rocha, minerais primários, em resultado da fragmentação da rocha-mãe, e minerais de origem secundária, estes resultantes da alteração dos primários nomeadamente, os minerais de argila, óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro e por vezes, carbonatos de cálcio, magnésio, entre outros. Apresentam-se na forma de fragmentos ou partículas de formas e dimensões muito variáveis desde pedras de cascalho até materiais tão finos que apresentam propriedades coloidais. As proporções destas partículas no solo permitem definir a textura deste.
             A matéria orgânica do solo é constituída por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou menos avançado de decomposição ( devida essencialmente à actividade de microrganismos), incluindo substâncias no estado coloidal. Esta acumula-se principalmente à superfície dos solos, facilitando assim a penetração das raízes, a retenção da água e o arar dos solos. è rica em nutrientes como o azoto e o enxofre que são fundamentais às plantas.
A matéria orgânica que sofreu intensa decomposição através de processos químico - biológicos e atingiu um certo grau de estabilidade é designada por húmus, uma camada de cor escura e heterogénea com propriedades coloidais.
             O teor em matéria orgânica de um solo é possível determinar através do processo de calcinação que consiste em queimar o solo seco a altas temperaturas. Antes deste procedimento é necessário a secagem do solo e a sua pesagem.
             A água e o ar do solo ocupam os espaços intersticiais existentes entre as partículas terrosas e entre agregados de partículas cuja forma, dimensão, etc..., caracterizam a estrutura do solo.
             A água desempenha uma acção fundamental na formação do solo, e é indispensável à vida das plantas, no entanto a sua quantidade é variável devido à precipitação e irrigação, à textura, estrutura, relevo e teor em matéria orgânica. A água do solo contêm uma grande variedade de substâncias dissolvidas, solução à qual é dado o nome de solução do solo.
             À água avaliada experimentalmente dá-se a designação de água capilar, pois esta é sujeita a fenómenos de capilaridade, constituindo películas contínuas em torno das partículas do solo e é esta água que é absorvida pelas plantas. No entanto, no solo encontra-se ainda a água de constituição, integrante da estrutura química da fracção sólida do solo, a água higroscópica, absorvida à superfície dos colóides e, por fim, a água gravitacional, que se desloca sob a acção da gravidade e não é absorvida pelo solo.
             O ar do solo ocupa os espaços não preenchidos pela água e é constituído por azoto, oxigénio e vapores de água, podendo encontrar-se ainda outros gases em quantidades vestigiais, provenientes do metabolismo microbiano.
             O ar apresenta um papel importantíssimo para a manutenção da vitalidade dos solos, que influi sobre a intensidade de reacções químicas e biológicas que se processam nos mesmos, sendo também indispensável na respiração das raízes das plantas.
             As proporções de água e ar no solo podem variar consideravelmente num curto espaço de tempo. Sobre a matéria orgânica e fragmentos rochosos erosionados actua uma série de forças combinadas, físicas, químicas e bióticas, para produzirem um solo que possui uma certa porosidade onde podem ser retidos a água ( solutos orgânicos e inorgânicos dissolvidos, constituindo a solução do solo) e os gases( sobretudo azoto e oxigénio). Com a presença de oxigénio no solo ocorrem oxidações que dão origem a um composto de cor vermelha designado por hematite. Se ocorrer hidratação, formar-se-á um composto amarelo – acastanhado designado por limonite.
             Para a determinação do teor de água num solo é realizada a sua pesagem e secagem numa estufa, para posteriormente, nova pesagem.
A percentagem de ar é avaliada através do processo de saturação com água, sendo determinado o volume de ar libertado.
             Assim, os solos podem ser considerados orgânicos se contêm mais de 20% de matéria orgânica (nos casos de textura grosseira), ou mais de 30% (nos casos de textura média ou fina) em espessura superior a 30cm. Todos os restantes solos, que são os mais vulgares, são designados por solos minerais.

Tipos de Solo


        As condições climáticas existentes são a principal influência das características de cada solo.
        No entanto também existem outros factores que influenciam fortemente o tipo de solo, como a rocha mãe, o declive do terreno e os organismos do solo. 
        As diferentes combinações entre estes factores dão origem a diferentes tipos de solos com características e propriedades extremamente variadas.
        V. V. Dulcuchaev (cientista russo) foi o primeiro a publicar uma monografia que classificava os solos. Para testar esta teoria que defendia, baseou-se nas propriedades observáveis, resultantes dos processos climáticos e biológicos da respectiva formação. Hoje em dia existem várias taxinomia dos solos, a mais específica é a americana, que ultrapassa os limites impostos pelo programa. 
        Os solos podem ser classificados em 3 categorias (pedalfer, pedocal, laterites) em função do clima e da vegetação.



       PEDALFER

        O termo “pedalfer” é formado pelas primeiras letras de “pédon” (solo) e os símbolos químicos Al e Fe.
O transporte de substâncias da superfície para o interior é o que caracteriza este solo.
        Podemos encontrar este tipo de solo em climas temperados que apresentam uma precipitação média anual superior a 630mm de chuva. Podem proporcionar uma vegetação abundante, com predominância de coníferas.
        Neste solo a actividade dos decompositores, em função do clima desfavorável, é pouco intensa e o horizonte O é constituído por agulhas de coníferas e folhas de bétulas, que se acumulam em espessura razoável e experimentam uma humificação muito lenta. Este processo demora anos. 
Formam-se compostos húmicos solúveis que participam na alteração das argilas e favorecem a formação de complexos alumino-ferruginosos.
        Os materiais solúveis são lixiviados e arrastados pelas águas subterrâneas, é por isso que nunca encontramos carbonato de cálcio. No horizonte B acumulam-se os óxidos de ferro e as argilas menos solúveis que se deslocam do horizonte A. 

        PEDOCAL
        A precipitação de substâncias devido à evaporação de água que ascende por capilaridade é o que caracteriza estes solos.
        São solos abundantes em climas temperados secos, cuja precipitação média anual é inferior a 630mm de chuva.
        São solos ricos em cálcio que provém do carbonato de cálcio e outros minerais solúveis. Estes solos encontram-se em zonas quentes e secas, tais como, as estepes que rodeiam os desertos. Nestes climas a água do solo é arrastada por capilaridade para a superfície, onde se vai evaporar, depositando substâncias que transportam uma solução com carbonato de cálcio. Nos horizontes E e C são organizadas “crustas calcárias”. São denominados por caliche lainlcun quando são acementados ou endurecidos. Encontram-se na Austrália, no deserto de Kalari e nos  Estados Unidos. O pedocal não é muito fértil pois a sua composição  mineralógica e a sua carência de água são menos favoráveis ao desenvolvimento de organismos. 

       LATERITES

        Encontram-se nos climas tropicais quentes e húmidos, com chuvas abundantes, onde a meteorização é intensa.
        Os solos lateríticos são frequentemente vermelhos e são compostos por óxidos de ferro e de alumínio no seu interior.
        Quando o solo é rico em hematite, pode ser utilizado como minério de ferro. Mas o clima tropical geralmente permite a hidratação da hematite em limonite o que pode tirar valor económico ao depósito. Nestes solos encontram-se camadas de vauxite, o principal minério do alumínio.
        Estes solos são muito pobres, pois o húmus é praticamente inexistente devido à intensa actividade bacteriana.   

Conseqüências do Desmatamento no Solo


        As queimadas e desmatamentos deixam o solo desprotegido, facilitando a erosão e provocam a perda de nutrientes, diminuindo a fertilidade;
        O solo sem cobertura causa o assoreamento dos rios, o que produz inundações;
        As represas recebem grande quantidade de terra, sofrendo contínuo processo de assoreamento e prejudicando a vida aquática;
        Formam-se novas ilhas nos santuários dos rios, impedindo a subida dos peixes e dificultando o transporte fluvial.




FONTE: 
EDMS – Trabalhos Escolares, Educação & Diversão (ANO 2000 - 2003)

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